terça-feira, 6 de abril de 2010

[16] Budismo e a cachoeira de Luang Phrabang

Cidade patrimônio da Unesco, Luang Phrabang é bem calminha. Tem uma rua principal muito charmosa, onde a única iluminação a noite é a dos restaurantes que a ladeiam, dando um caráter cinematográfico para a cidade.

A noite acontece o Night Market, uma feira noturna, onde são vendidos produtos feitos artesanalmente de ótima qualidade. Dá muita vontade de comprar várias coisas, mas como carregar depois?

Perpendicular ao Night Market há uma rua onde se vende comidas típicas do Laos. Eu pedi um peixe grelhado R$4 e peguei comida a vontade no buffet deles por R$2. No buffet além de saladas diversas, havia um macarrão delicioso. A comida do Laos também é de excelente qualidade, já lembra um pouco mais a brasileira porque usam alho e cebola.

No barco conheci um casal de ingleses, um casal de maltenses (os dois casais estão viajando juntos) e mais um inglês. No dia seguinte após chegar em Luang Phrabang nos juntamos todos e, por R$5 cada um, contratamos um Tuk Tuk (ida, espera e volta) para nos levar à cachoeira a 30 km da cidade onde passaríamos a tarde.

A cachoeira era como eles diziam "amazing", maravilhosa, e confesso que realmente era, também do ponto de vista de um brasileiro. O que mais chamava a atenção era a cor da água, esverdeada, mas também a formação das várias quedas da cachoeira impressionava. Fomos a um nível no meio da cachoeira onde se formava uma imensa piscina, que por sinal era mais perigoso, a uns 50 m de altura, que nos deixou ainda mais estupefatos. Felizmente ninguém escorregou ao subir em meio às rochas e a água descendo. Mas valeu a pena porque foi a melhor parte do passeio.

Terminamos a noite jantando juntos e tomando algumas cervejas. Foi uma excelente oportunidade para praticar o inglês.

No último dia em Luang Phrabang, seguindo com o firme propósito de me tornar um budista (brincadeira), visitei dois templos, um no topo de uma colina e o outro no fim da rua principal da cidade, ambos aquém dos templos da Tailândia.

Tanto no Laos quanto no Cambodja e na Tailândia a principal religião é o Budismo Theravata que é um tipo de budismo bastante tradicional, ligado às raízes mais remotas dessa religião. Eles destacam principalmente 3 aspectos da existência:

1) Dukkha: sofrimento, insatisfação, doença
2) Anicca: transitoriedade de tudo
3) Anatta: não permanência da alma

Além disso há 4 grandes verdades:

1) Viver é sofrer
2) O sofrimento é causado pelo desejo
3) Para cessar o sofrimento deve-se acabar com o desejo (desapego)
4) Para cessar o sofrimento/acabar com o desejo há 8 caminhos: entendimento correto, pensamento correto, discurso correto, postura correta, atitude correta, esforço correto, atenção correta e concentração correta.

O objetivo principal é atingir o Nirvana (estado iluminado em que não se deseja nada e que não se sofre).

Estou partindo agora pra Vang Vieng a caminho da capital Vientiane.

P.S. As havaianas realmente sao o novo simbolo brasileiro, estão nos pés de quase todos os viajantes.

P.S. 2 As pessoas no Laos, no café da manhã, já comem peixe, sopas, e outras comidas, apesar da temperatura não ser baixa

P. S. 3 A mão de direção no Laos não é invertida e os carros também são como no Brasil, com o motorista sentado à esquerda.

P.S. 4 É um mito essa imagem do Buda gordo que temos no ocidente. Mais de 90% das imagens de budas que vi aqui eram de Budas magros.

3 comentários:

Benga disse...

Buda magro?? Só falta me dizer que tem cabelo... ;-)

Veridiani disse...

Eu adoro cachoeiras e esta que vc descreve parece fascinante!!

Como é difícil seguir as 4 grandes verdades e alcançar o Nirvana... é pra poucos...

Interessante a Havaianas se tornar um símbolo do Brasil!

Licia disse...

A cachoeira é lindaaaaa, pra inglês, espanhol, americano, russo, brasileiro e qualquer outra nacionalidade. Ela é linda mesmo!!! As fotos não conseguem retratar toda a beleza dela!