terça-feira, 27 de abril de 2010

[26] Fotos

O endereço para visualizar uma pequena seleção de fotos desssa viagem é:

http://www.flickr.com/photos/acpadilha/sets/72157623946190626/

Abraços!

domingo, 25 de abril de 2010

[25] Volta ao mundo em 36 dias

Muito curioso o comportamento dos europeus no aeroporto de Bangkok. Principalmente os que estavam fazendo o que chamam de "budget trip" ou mochilão; pareciam refugiados ou, realmente, sobreviventes de uma catástrofe.

Presos no aeroporto, eles ficavam aguardando o próximo horário que serviriam comida. Andando descalços pra todo lado, ficavam sedentos por novas informações. Quando acessavam a internet era para descrever para alguém, via email, o drama que estavam passando no aeroporto ou para procurar, em vão, novos vôos.

Alguns diziam que, depois de 4 dias sem ver a luz do sol, começavam a ficar deprimidos, mas que tinham medo de deixar o aeroporto e perder uma chance de voltar pra casa, mesmo sabendo que na lista de espera já haviam milhares de pessoas.

O pior era ver os idosos, as famílias e as grávidas sofrendo com a falta de assistência das companhias aéreas que diziam que os cancelamentos de vôos não eram culpa delas. E não era mesmo, mas isso não diminui a angústia de ninguém.

Cheguei a dormir uma noite no aeroporto. Às 23:30 hs do dia que perdi o vôo para Londres ainda estava tentando um lugarzinho num vôo pra Roma. Mas ao ver que uma grávida, seu marido e seu filhinho de 2 anos, não conseguiram e teriam que ficar a 3a noite no aeroporto, perdi as esperanças de voltar pela Europa.

Mas, depois de dormir no aeroporto, tive uma idéia, tentar ir via Thai Airways mesmo para Los Angeles (ao invés de Londres), eles também voavam para esse destino.

E deu errado! A Thai foi inflexível. Falei com o "Atendimento a Clientes" que pediu para mim ir a área do check-in 3 horas antes do vôo. Fui e disseram que só poderiam trocar para a Europa. Então diante de minha insistência me encaminharam pra supervisora, que depois de não resolver perguntou se eu queria falar com o gerente. Aí eu falei se teria que falar com o rei também. Pra quê, a mulher ficou furiosa e achei que estava prestes a chamar os seguranças. O rei, na Tailândia, parece ser mais importante e respeitado que o papa, no mundo.

O cenário, adornado pelas cinzas do vulcão, era realmente nebuloso e percebi que não fazia sentido ficar no aeroporto competindo com milhares de europeus que perderam os vôos por 4 dias antes de mim. Assim, decidi voltar para onde estava hospedado e tentar rotas alternativas que não passassem pela Europa.

No ônibus na saída do aeroporto conheci Benetta, uma italiana de 64 anos que estava vivendo na Ásia há decadas. Benetta estava na Indonésia e disse que sobre muitos eventos realmente não temos controle, mas que isso não era o que acontecia mais frequentemente. Hoje em dia muitas pessoas não estão plenamente conscientes do curso de suas vidas e da responsabilidade que cada um tem com relação aos acontecimentos que lhe afetam. Ela contou que tinha acabado de conhecer na Indonésia um homem 63 anos que tinha o sonho de morar na Inglaterra onde vivera até os 6 anos. Esse homem disse que só não se mudava porque não conseguia vender sua casa. Benetta disse que então perguntou se ele havia colocado nos classificados ou exibido uma placa de vende-se em frente sua casa, ao que ele respondeu que não, nunca. Ela ficou estupefata com a resposta e achava que no fundo ele talvez não quisesse ir para a Inglaterra. Quantos de nós não sonhamos com algo, mas nos esquecemos de "por no classificados" ? Uma grande jornada começa com um pequeno passo...

Da sala de internet do hotel, liguei via Skype pro Brasil para tentar resolver minha situação, mas foi só com a ajuda de horas de dedicação de meu irmão e de minha namorada que conseguimos rearranjar minha volta.

Ao invés de terça, o vôo sairia de Bangkok na sexta-feira. Não iria para a Europa, mas para a China, depois Nova York nos EUA, para finalmente chegar em São Paulo e no Rio no sábado a noite.

Na terceira e última despedida de Bankgok (a primeira foi após uma semana de viagem) fui conhecer o que dizem ser o maior museu do sudeste asiático, o Museu Nacional.

Havia no museu objetos ligados a vida dos Thais desde a pré-história, começando pela idade da pedra e dos metais. Curioso ver como mudavam as ferramentas para obter/armazenar comida e água bem como criavam novos enfeites/adornos como colares, pulseiras e brincos.

No museu é mostrada a evolução do homem a medida que ele deixava de ser caçador/coletor nômade para ser agricultor e pecuarista e então comerciante para, finalmente, se organizar em sociedade. Surgem então os líderes e seus soldados que, diferentemente dos do ocidente, usavam elefantes como transporte e não cavalos. Além disso, no museu, boa parte das pinturas, das esculturas, e dos demais objetos referenciavam a religião, principalmente o budismo, além de algo sobre o hinduísmo.

Fiz alguma scompras e voltei cedo ao hotel: 17:00 hs. No dia seguinte, quando partiria, li no jornal que às 20:00 hs do dia anterior 3 bombas haviam sido lançadas no centro e que uma delas atingira a estação de Sky Trem na Siam Square, pela qual tinha passado: 3 pessoas morreram e cerca de 75 ficaram feridas.

Bem, foram 30 horas de vôo e mais 15 horas de espera entre os vôos, totalizando 45 horas de Bangkok ao Rio! Como voei sobre o oceano Pacífico e não pelo Atlântico como na ida, completei uma volta ao mundo de avião! Brasil => Inglaterra => Sudeste Asiático (4 países) => China => EUA => Brasil. Como sempre digo, "se rendeu uma história, valeu"... Acho que essa viagem rendeu várias...

Finalizo o texto e a viagem com a certeza de que algumas imagens e sabores ficarão gravados para sempre: as motos de Hanói; o leite de coco com pimenta de Bangkok e os molhos salty, sweet, sour, spicy e bitter; os templos budistas; os Tuk tuks; arroz cozido na água ou no vapor; mergulho da Tailândia; passeio de elefante na Tailândia; o Rio Mekong; peixes do Rio Mekong; café gelado; sopa da manhã; monges com manto abóbora; camponesas com chapéu-cônico; frutos do mar; cachoeiras na Tailandia; história dos guerilheiros vietnamitas; cafés do Vietnã; lascas de manga verde com casca passada no sal com pimenta; templo de Angkor; camisetas Same Same But Diferent, In the Tubing Vang Vieng, 7 Eleven, e as das cervejas Chang, Singha, Tigre, Laos Beer, Hanoi Beer, Saigon Beer e Angkor Beer; uso de adesivo nas camisetas como bilhete de passagem; mão de direção inglesa na Tailândia; buzinas no Vietnã; calor úmido; referências às taratarugas, elefantes, tigres e dragões; águas claras e mornas do sul da Tailândia.
P.S. Vou disponibilizar o endereço onde algumas fotos poderão ser vistas em um ou dois dias.

terça-feira, 20 de abril de 2010

[24] Caos na aviação européia - vôo pra Londres cancelado

É, o pior aconteceu, o vôo de Bangkok pra Londres foi cancelado no quinto dia de problemas com a fumaça do vulcão islandês sobre a Europa que provocou o fechamento do espaço aéreo de 90% desse continente.

Creio que agora terão prioridade para voltar quem perdeu o vôo na sexta, sábado, domingo, segunda, para que só então os viajantes de terça, como eu, tenham vez..

A direção do aeroporto de Bangkok reservou um espaço para que as pessoas esperem por novas informacoes. Eles disponibilizaram cerca de 20 computadores com internet e estão fornecendo água, comida, serviço de lavanderia e café da manhã. Dezenas de pessoas juntaram os bancos de espera e estão dormindo no aeroporto. O cenário é de desolação.

Às 19:00 hs daqui (9:00 am de Brasília) a Thai Airlines fornecerá mais informações. Parece que haverão dois vôos extras para Roma, porém não tenho esperanças que serei agraciado nestes primeiros. O trajeto de Roma a Londres também não seria fácil. A Thai não pagará hotel nem prestará qualquer serviço adicional por considerarem que o problema não está sendo causado por culpa deles.

Voltar via África não está descartado, embora creia que perderia a passagem que originalmente comprei via Europa. Vou aguardar as novas informações.

Relato site uol: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u723402.shtml

segunda-feira, 19 de abril de 2010

[23] Manifestações em Bangkok e mortes no Brasil

Que diferença meu retorno à Bangkok. Como é boa a sensação de ver o ônibus parar, reconhecer a rua e saber exatamente onde estava. E que bom que a temperatura está mais amena, isso também torna as coisas muito melhores...

O único problema é que a região da Khao San Road está meio vazia. Exatamente uma semana atrás o governo resolveu enfrentar os camisas vermelhas que estão acampados na região e 18 manifestantes morreram, além de 4 policiais e uma fotógrafa japonesa.

E eles não estão só nessa região turística. Quando fui conhecer a região das lojas e Shopping Centers na Siam Square no centro de Bangkok, lá estavam os Camisas Vermelhas também. Até exitei um pouco em descer da plataforma, mas a violência só acontece quando há enfrentamento da polícia. Andei perto dos acampamentos deles e em seguida passei por alguns policiais, certamente havia uma linha divisória imaginária.

Mas, sinceramente, fico feliz quando vejo a participação do povo nos rumos de qualquer país, ainda que haja algumas mortes. Isso é bem diferente da passividade e acomodação de nós brasileiros. Talvez por isso o que está acontecendo agora na nossa capital Brasília seja tão vergonhoso. Quase que o governador corrupto anterior, Joaquim Roriz, elege seu candidato. E o candidato eleito do PMDB para o mandato tampão até o final do ano tinha ligações com o governador corrupto cassado, Arruda.

No caso da corrupção, as mortes não são notícias com repercussão internacional, elas ocorrem silenciosamente nos subúrbios, onde o dinheiro roubado deveria estar aplicado (saúde, saneamento, educação, lazer, segurança) e também pela morte violenta de membros das classes média e alta provocadas por moradores dos subúrbios empurrados para o crime. Quando condenados, Malufs da vida cumprem a pena em liberdade porque "não representam perigo à sociedade". Na China corrupção é punida com pena de morte.

Bem, no domingo fui na maior feira de Bangkok, que só acontece no final de semana. Fui de ônibus e saí de lá em uma espécie de metrô aéreo bem interessante. Além de ser rápido e ter ar condicionado, paga-se de acordo com a distância que se irá percorrer. Há seis zonas e seis preços variando de R$1,00 a R$3,00. Se você pegar um ticket menor do que deveria, ao inserir o cartão na roleta ao sair ela não te liberará.

O Sky Train usei para chegar ao Shopping Center, que é bem
diferente, parte parece a grande feira que estava anteriormente, porém com mais infra-estrutura. Mas também há lojas de grifes, restaurantes bons e cinemas ultra-modernos. Resolvi comprovar, assisti um filme em 3D: Clash of the Titans, R$14, o qual não recomendo.

O mais curioso não foi nem o filme, nem o cinema, mas foi após os trailers, antes do filme começar, haver um pedido para que todos se levantassem em respeito ao rei. Durante 5 minutos cenas da vida dele foram passadas na tela com uma música gloriosa de fundo. Participei como um tailandês.

No dia seguinte meus planos eram conhecer Chinatown e o Patpong Market. Depois de pegar o bote desci em Chinatown e fiz uma caminhada pelo bairro, nada de especial.

Em seguida peguei um ônibus por duas quadras pra chegar ao Metrô e seguir em direção ao Patpong Market. Ao descer do metrô na região do Silom, mais uma vez muitos Camisas Vermelhas de um lado e polícia do outro. Porém nessa região parecia que o barril de pólvora estava prestes a explodir, era possível sentir no ar. Os camisas vermelhas estavam prometendo avançar naquela área no dia seguinte e o governo disse que se fosse preciso usar a força eles usariam para barrá-los. Assim, na medida que anoitecia, ambos os lados moviam suas peças no tabuleiro de xadrez.

Caminhei por aquela área e comecei a sentir certo medo enquanto via rolos e mais rolos de arame farpado sendo dispostos pela polícia e cada vez mais soldados chegando. O Patpong Market estava praticamente vazio, mais um sinal que tinha tomado uma decisão errada em ir para aquela que parecia ser a própria área de batalha sendo preparada para o dia seguinte. Peguei o primeiro Tuk Tuk que vi e me mandei dali de volta para onde estava hospedado.

Fui pro mercado de ônibus, pro Shopping de Sky Train e na volta pro hotel peguei um bote pelo rio. No dia seguinte fui pra Chinatown também de bote e pro Patpong Market de metrô (sistema semelhante ao Sky Train, porem no subsolo). Na volta pro Hotel: Tuk Tuk. Isso é Bangkok!

P. S. No momento que publico esse post não sei se amanhã acontecerão duas coisas: a batalha entre Camisas Vermelhas e a polícia e o espalhamento da fumaça do vulcão da Islândia para que o aeroporto de Londres seja aberto e então eu possa pegar meu vôo. Vou pro aeroporto de Bangkok nessa terça (se os camisas vermelhas não obstruírem a passagem) na esperança de que a Europa volte ao normal, senão só Deus sabe o que vai acontecer pois todas as pessoas que perderam seus vôos sexta, sabado, domingo e segunda terão prioridade sobre mim.

P.S. 2 No Vietnã há internet wireless em todo canto, na Tailândia não: R$2,50 a hora.

P.S. 3 Na Tailândia as coisas acontecem mais devagar. No Vietnã, de cultura chinesa, todos começam a trabalhar muito cedo.

P.S. 4 Todo tailandês parece estampar em seu sorriso a afirmação de que, diferente de Laos, Vietnã e Cambodja, eles nunca foram colonizados por qualquer país.

sábado, 17 de abril de 2010

[22] Mundo agitado

-17.000 voos cancelados na Europa neste sabado devido a fumaca do vulcao da Islandia. O meu voo eh terca para Londres, o que acontecera ?

-Manifestacoes em Bangkok, que eh onde estou agora. Ano passado chegaram a fechar o aeroporto

Seguem abaixo duas reportagens

Com 17 mil voos cancelados, Europa segue paralisada por vulcão
17/04 - 15:58 - EFE



A nuvem de cinzas gerada por um vulcão na Islândia, que se descola rumo ao sudeste da Europa, segue paralisando aeroportos do continente, que com o espaço aéreo de cerca de 20 países fechado já tem 17 mil voos cancelados.

Segundo os últimos dados da Eurocontrol, a agência responsável pela segurança aérea na Europa, 17 de 22 mil voos previstos para hoje já foram cancelados e não será possível a decolagem e a aterrissagem de aeronaves civis em grande parte do norte e do centro do continente.

Hoje, os países que ainda têm totalmente restrito seu tráfego aéreo são Bélgica, Estônia, Finlândia, Reino Unido, Holanda, Irlanda, Dinamarca, Eslováquia, Polônia, Croácia, Hungria, Suécia, Eslovênia, República Tcheca, Áustria, Suíça e Sérvia.

A agência explicou que Alemanha e França têm parte de seu espaço aéreo fechado, da mesma forma que ocorre no norte da Itália.

O último país a anunciar restrições foi a Espanha, que confirmou hoje que sete aeroportos em seu território estão fechados - o de Madri segue aberto.

À espera de que nas próximas horas, segundo as previsões, a nuvem de cinzas avance para o leste da Europa, o Reino Unido aparece como um dos países mais prejudicados. Os britânicos foram obrigados a ampliar até 3h (Brasília) o fechamento do espaço aéreo.

Desde a Segunda Guerra Mundial o Reino Unido não vivia uma situação de tal magnitude em seus céus, fechado ao tráfego aéreo há três dias.

A Irlanda também ampliou o fechamento de seu espaço aéreo até as 9h (sempre em Brasília) de domingo. Bélgica e Holanda prolongarão as restrições até, pelo menos, as 3h do mesmo dia.

Além disso, a Alemanha prorrogou pelo menos até 3h de amanhã o fechamento de seu espaço aéreo, o que afeta os 16 aeroportos internacionais e todos os regionais. A Lufthansa, maior companhia do setor no país, prolongou a suspensão de seus voos pelo menos até 9h de domingo.

A França foi além e anunciou o fechamento dos três aeroportos de Paris (Roissy-Charles de Gaulle, Orly e Le Bourget) até a manhã de segunda-feira, da mesma forma que os situados ao norte de uma linha imaginária entre Nantes e Lyon.

Na Itália, os fechamentos recaem sobre os aeroportos do norte do país - de Turim, Gênova, Milão, Bérgamo, Veneza, Ancona e Bolonha - que permanecerão assim até as 3h de segunda-feira.

Na Europa Central, a Áustria prorrogou o fechamento do espaço aéreo até as 21h de domingo, enquanto na Suíça se decidiu por manter as restrições até as 9h também de amanhã.

A Polônia vive uma situação especial e o aeroporto de Balice,, na Cracóvia, aonde amanhã devem chegar os líderes mundiais para o funeral do presidente Lech Kaczynski, permanecerá operando apenas para voos oficiais.

A fumaça deve limitar a presença internacional no enterro. Entre os que já confirmaram a ausência estão o chefe de Governo, José Luis Rodríguez Zapatero, e os reis da Espanha.

O caos chegou também aos Bálcãs, onde Sérvia e Montenegro anunciaram o fechamento de seus espaços aéreos. Na Albânia, o único aeroporto internacional cancelou 11 voos.

No sul da Europa, além da Espanha, houve sérias restrições também em Portugal, que cancelou 356 voos, a maioria com destino ao Reino Unido A Força Aérea Portuguesa deverá receber amanhã, em Barcelona, o presidente Aníbal Cavaco Silva, que volta de Praga de carro devido aos problemas de tráfego aéreo.

Outro líder político prejudicado foi a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. Seu avião, procedente dos Estados Unidos, teve que desviar ontem para Lisboa, de onde partiu esta manhã rumo a Roma.
Enquanto isso, os viajantes buscam alternativas. A Eurostar registrou em suas linhas entre Bruxelas, Paris e Londres 50 mil passageiros a mais desde quinta-feira, e as companhias ferroviárias britânicas estão lotadas. EFE int/rr

Manifestantes reforçam acampamento em Bangcoc com medo de ação militar
De Agencia EFE – Há 13 horas


Bangcoc, 17 abr (EFE) - Os manifestantes que pedem a queda do Governo da Tailândia reforçaram neste sábado seu acampamento no centro de Bangcoc para defender-se de uma eventual ação militar, enquanto alguns de seus líderes consideravam negociar sua entrega em meados de maio.

Ao longo do dia e apesar das fortes chuvas na capital tailandesa, os partidários da Frente Unida para a Democracia e contra a Ditadura realizaram cerimônias budistas para homenagear seus18 companheiros que há uma semana morreram nos choques com as forças de segurança.

Além dos ativistas, morreram nos enfrentamento quatro soldados e um jornalista japonês.

Temendo uma nova ação militar para combatê-los, os "camisas vermelhas" reforçaram os controles de segurança nos acessos a seu acampamento, montado nas proximidades de alguns dos mais luxuosos shoppings da capital e de vários hotéis de cadeias internacionais.

"Adotamos medidas de prevenção contra uma ofensiva e nvas tentativas de deter-nos", disse Nattawut Saikua aos jornalistas, um dos líderes dos protestos que começaram há um mês e que têm o objetivo de forçar a queda do Governo de coalizão do primeiro-ministro Abhisit Vejjajiva.

Também hoje, os manifestantes instalaram novas tendas de campanha, postos de comida e de primeiros socorros no centro da cidade, além de banheiros.

Os "camisas vermelhas" adotaram medidas de segurança adicionais um dia depois do fracasso da operação policial para deter os líderes de ala dura da Frente, e de o primeiro-ministro ter nomeado o chefe do Exército, general Anupong Paochinda, para a missão de restabelecer a ordem e a segurança na capital.

O porta-voz do Exército, general Sunsern Kaewkumnerd, disse ontem que havia planos de retirar os manifestantes da área metropolitana na qual estão acampados há uma semana, mas não deu mais detalhes.

Caisirt Shinawatra, ex-chefe do Exército tailandês, ofereceu sua mediação para acabar com os protestos que pioram a crise política na qual Tailândia está imersa desde o golpe de Estado perpetrado pelos militares em 2006.

Shinawatra disse, em entrevista coletiva, que ofereceu ajuda ao general Paochinda, para que mantenha encontros com os principais líderes dos "camisas vermelhas", a maioria partidários do ex-líder deposto em 2006, Thaksin Shinawatra.

"O general Anupong tem que fazer uma visita ao acampamento dos manifestantes e se reunir com os camisas vermelhas para abordar soluções à crise política", disse o general Shinawatra.

Na opinião do general reformado, o primeiro-ministro Vejjajiva tomou a decisão certa ao encarregar o chefe do Exército de restabelecer a ordem na capital, função que até o momento era desempenhada pelo vice-primeiro-ministro Suthep Thaugsuban.

Líderes da Frente Unida para a Democracia contra a Ditadura, formação criado por partidários de Shinawatra, consideravam enviar este fim de semana membros de seu grupo para negociar com a Polícia sua entrega no dia 15 de maio, disse à imprensa, Jatuporn Prompan, um dos chefes do movimento.

No entanto, nem todos compartilhavam a mesma ideia, já que o general reformado da Polícia e destacado ativista dos "camisas vermelhas" Chat Kuldirok assegurou que não tinha intenção de entregar-se às autoridades voluntariamente.

Shinawatra, agora no exílio e declarado foragido da Justiça, foi condenado a dois anos de prisão por abuso de poder.
A Frente dos "camisas vermelhas" considera ilegítimo o Governo de Vejjajiva, por ter sido eleito por meio de pactos parlamentares e não nas urnas.

[21] Os templos de Angkor no Cambodja

Peguei um ônibus em Saigon para Phnom Penh capital do Cambodja. Na fronteira tivemos que pagar US$25 para obter o visto/carimbo de entrada no Cambodja. Para o Vietnã custou US$60 e Laos US$31. A Tailândia, em um esforço para atrair mais turistas, não cobra.

Logo que passamos a fronteira começamos a ver vários cassinos. Seria uma tentativa de transformar a região na Las Vegas Oriental?

Em Phnom Penh minha principal meta era conhecer os Killing Fields. No entanto após conhecer o Palácio Real estava sentindo tanto calor que desisti.

Killing Fields fica a 14 km de Phnom Penh e é uma espécie de museu tétrico onde se rastreia a história do assassinato de milhares de pessoas durante o chamado regime do terror vermelho do Cambodja. Há cerca de 8000 crânios e roupas de vítimas expostos.

Esse regime durou de 1975 a 1979 e foi imposto pelo líder Pol Pot fruto de seu sonho revolucionário que incluía: instituir uma utopia agrária, reiniciar o calendário (ano zero), rebatizar o nome do país, abolir a literatura, arte, música, religião e direitos humanos. Pessoas com um míinimo de estudo eram executadas. 1,7 milhões de pessoas morreram.

Entrei em um Café com ar condicionado, uma raridade por aqui, e descansei um pouco da correria dos últimos dias, mais uma vez ao som de música brasileira. Literalmente um refúgio. Aproveito esses momentos para, dentre outras coisas, planejar os próximos passos da viagem e para registrar informações para estes textos.

De Phnom Penh segui para Siem Reap para conhecer o que dizem ser a 8a Maravilha do Mundo: os Templos de Angkor.

Os templos de Angkor são espalhados de tal forma que não é possível conhecer tudo em um dia, no entanto é possível visitar as construções mais interessantes, dentre elas a principal, que também é chamada de Templo de Angkor.

Ao lado da Grande Muralha da China e do Taj Mahal na Índia, Angkor é uma das maiores atrações da Ásia. Em um primeiro momento achei que tudo estava sendo perdido, vi muitas ruínas, mas ao pensar que essas construções completarão 900 anos e que houve muito descaso com a preservação dos templos pelo políticos cambojanos, até que não está mal. Hoje, em diferentes templos, há convênios com a França, Alemanha, China e Índia para restauração das construções.

Uma das coisas que me chamou a atenção ao longo da visita foi que na medida que os reis se sucediam, dependendo da religião deles, hinduísmo ou budismo, eles mutilavam os templos desgastando faces de budas, cortando a cabeça de deuses hindus, desgastando pinturas ou retiravam totalmente os símbolos da religião anterior, uma mostra de que nossa intolerância é milenar.

As grandes atrações do local, na minha opinião, dentre cerca de 80 complexos, são o próprio Templo de Angkor e o templo Ta Prohm.

O curioso do Ta Prohm, além dele próprio, são as imensas árvores que cresceram sobre suas paredes de pedra ao longo de centenas de anos. Ao mesmo tempo que elas são uma ameaça para os templos de Angkor, as suas grossas raízes expostas envolvendo as paredes centenárias proporcionam uma visão impactante. Pensem bem: construções de quase mil anos com árvores gigantes que cresceram sobre elas...

Mas falemos do Templo de Angkor, o principal. Em 1130 o rei Suryavarman que dominava grande parte do sudeste asiático construiu esse templo em homenagem ao Deus Vishnu da religião hinduísta. Esse templo é como a Torre Eifel de Paris, o Coliseu de Roma, a Estátua da Liberdade de Nova York, o Cristo do Rio, um símbolo nacional que levou cerca de 50 anos para ser construído. (E talvez também seja a maior fonte de renda do Cambodja US$ 20 um dia de visita fora transporte/guia que são fundamentais).

Sem dúvida o destaque é a arquitetura e a escultura incrutida no templo. Milhares de imensas pedras justapostas formam paredes, tetos, muros, 5 grandes torres (a maior seria a morada de Vishnu), geometricamente arrumados ao longo de 3 níveis de altura. É permitida uma visita rápida no último nível depois de se subir dezenas de degraus de escadas bem íngrimes, local perfeito para se transportar para 900 anos atrás e tentar imaginar como era o dia-a-dia naqueles tempos. Quase todas as pedras do templo, e olha que são muitas, foram cuidadosamente decoraras por meio de desgaste com alguma ferramenta, formando belas imagens do cotidiano da época, desde trabalhos rotineiros até festas e rituais religiosos.

A visão que se tem ao final da tarde, de fora do templo, com o reflexo no lago em frente de seus 80 metros de fachada e torres é o arremate final!

O que será que estamos construindo agora que serão destaques turísticos daqui a 900 anos? Se é que ainda existirá a Terra e o Hommo sapiens..

P.S. Há muito abacaxi principalmente na Tailândia. No Cambodja e no Vietnã vi muita gente comendo manga. No Vietnã eles adoram comer manga verde apenas lavada, sem descascar, e depois passam os pedaços numa deliciosa mistura de sal com pimenta. Em HCM comi pedaços de mandioca cozida passada em sal com amendoim triturado. Fica muito bom. Creio que o abacaxi, a manga e a mandioca tenham sido levados da América para a Ásia pelos europeus.

P.S. 2 De 15 a 17 de Abril é celebrado o ano novo no Cambodja. Principalmente ao redor dos templos de Angkor podia-se ver famílias inteiras fazendo piqueniques e festejando. Na semana passada foi celebrado o ano novo no Laos. No Laos eles celebram além de seu próprio ano novo, o ano novo dos ocidentais (1/Jan) e o ano novo chinês. Me parece que nesta semana a Tailândia também celebrou seu ano novo. Em todos esses países é costume jogar água nas pessoas que estão passando para celebrar o ano novo.

P.S. 3 Uma das cenas mais curiosas que já vi foi num restaurante em Siem Reap. Um grupo de 9 japoneses e nove potentes câmeras fotográficas. Eles chegaram e mesmo antes de sentar começaram a tirar fotos. De tudo! Do espelho, dos copos, deles, de longe, de perto. Depois sentaram e tome mais fotos. Eu adoro fotografia, mas estes japoneses pareciam que viam o mundo através da fotografia. Ou viviam através da fotografia. Nenhuma crítica, apenas uma constatação. Ah, no momento que escrevo isso juntaram-se ao grupo mais dois jovens japoneses e duas câmeras fotográficas. E tome mais fotos.

P.S. 4 No caminho para a Tailândia recomeçou a prática de pegar a passagem do ônibus e colar um adesivinho minúsculo na camiseta... E para cruzar a fronteira Cambodja->Tailândia mais uma vez tem que ter fé, confiar que todas as transferéncias Van/Ônibus daráo certo.

P.S. 5 Uma camiseta que vi muito por aqui é uma escrito na frente "Same Same" e atrás "But Diferent". É que no sudeste asiático muitas vezes você pede uma coisa e eles lhe oferecem outra e dizem "Same, same" ( é a mesma coisa, o mesmo). Só que na verdade nunca é. "Same, same" "But Diferent" (mas diferente).

P.S. 6 Os próprios guias no Cambodja apesar de repelirem a colonização francesa dizem que se não fosse o controle deles na região provavelmente o Cambodja seria hoje parte da Tailândia ou do Vietnã.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

[20] Saigon ou Ho Chi Min City - um resumo da história vietnamita

Saigon é bem diferente de Hanói, mais moderna, com ruas mais largas, mais indústrias, com ainda mais motocicletas. Qualquer um diria que esta sim é a capital do Vietnã. Todavia o fato de ela ser mais desenvolvida não a faz mais interessante que Hanói.

Mas faço uma pausa para falar da conturbada história do Vietnã relacionando-a com três outros países: China, França e Estados Unidos.

Como disse em um outro texto, a China ocupou o Vietnã por mil anos ininterruptamente, até cerca dos anos 1100 e posteriormente por várias vezes ocupou e tentou controlar o Vietnã. Os vietnamitas são conhecidos como guerreiros e nacionalistas porque sempre resistiram. Os chineses estão sim presentes no dia-a-dia vietnamita por meio da influência na língua, na comida, na religião e nos costumes, mas os vietnamitas podem se orgulhar de hoje poderem ditar seu próprio destino político.

O segundo país que atravessou a história do Vietnã foi a França por meio de uma colonização tardia. Além de dominar o Vietnã (1850-1950), a França ainda controlava, via este país, o Laos e o Cambodja. A bravura dos vietnamitas impediu que os franceses os ocupassem durante muito tempo e no dia 2 de setembro de 1945 eles declararam sua independência. Algumas pessoas mais velhas ainda falam francês e se vêem Cafés nas cidades vietnamitas, mas essa influência cada vez fica mais remota.

Por último podemos falar dos resquícios da Guerra Fria entre EUA e URSS. O sul do Vietnã tendia ao capitalismo e os líderes políticos, que ficavam principalmente em Saigon, tinham alianças com os líderes estadunidenses. Já o norte, mais próximo territorialmrnte da China, era governado por líderes comunistas. Estes últimos treinaram soldados (Viet Congs) para "reconquistar" o sul. Numa das incursões, batizada de Ofensiva Tet, imagens de vários americanos morrendo vazaram e adentraram os lares dos norte-americanos via televisão fazendo com que o povo de lá deixasse de apoiar essa guerra. Com a progressiva retirada dos americanos (1973) os comunistas do norte tomaram o sul (1975), reunificaram o país e rebatizaram Saigon com o nome de Ho Chi Min City.

Hoje em dia o país restabeleceu relações diplomáticas com o ocidente, recebe investimento desses países e, principalmente depois de 2007, a economia tem crescido a ritmo capitalista.

Em HCM City visitei o museu do que remanesceu da guerra. É pertubador constatar que morreram 3 milhões de vietnamitas (2 milhōes de inocentes cidadãos e 1 milhão de soldados) e ainda que 2 milhões foram feridos. No museu há fotos de pessoas que nasceram deformadas devido aos ataques norte-americanos com armas químicas que abalam o dia de qualquer visitante.

No meu segundo dia em HCM fui conhecer os túneis escavados na época da guerra chamados Cu Chi Tunnels. Eles ficam a 50 km de Saigon e são uma rede de 200 km de túneis formando uma cidade subterrânea onde os Viet Congs (comunistas do norte) se escondiam. Havia cerca de três níveis de túneis, os mais profundos ficavam a 8 metros, e calcula-se que passaram por eles cerca de 20.000 guerrilheiros ao longo de alguns anos! Os túneis na verdade não eram para moradia, eles ficavam neles por no máximo 7 horas, principalmente durante ataques dos norte-americanos. Pudemos "andar" uns 30 metros sob a terra, mas é preciso dizer que eles não são recomendáveis para quem tem claustrofobia, pois são bastante estreitos.

P.S. Estou seguindo para o Cambodja, Phom Phem, a capital.

P.S. 2 Há 18 representações de buda, cada um representando um estágio da vida. O buda gordão é o que representa um homem feliz e é a imagem mais difundida no Vietnã.

P.S. 3 Minha viagem está se encaminhando para o fim (só falta Cambodja e Londres) e felizmente não encontrei sequer um MacDonald's em todas as cidades pelas quais passei! Isso só é uma constaração simbólica que boa parte do oriente mantém sua identidade.

P.S. 4 Vi muitos barbeiros nas ruas. Uma cadeira no passeio, um espelhinho e mais alguns utensílios já bastam.

P.S. 5 Nesta viagem também voei na Laos Airlines e na Vietnã Airlines, mas nada se compara a Thai Airlines.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

[19] Halong Bay - a morada do dragão no Vietnã

Ha long significa "onde o dragão desceu em direção ao mar". Diz a lenda que as cerca de 3000 ilhotas que ficam no meio das águas cor de esmeralda do oceano na costa vietnamita foram criadas por um grande dragão que vivia nas montanhas. É dito que, quando ele corria pela costa, seu rabo flexível esculpia as montanhas e que, quando entrava no mar, água jorrava para fora preenchendo os buracos escavados. Dessa forma, apenas pequenas partes de terra ficavam visíveis formando o que hoje são as ilhas, uma das maiores atrações do Vietnã.

Éramos um grupo de 16 e eu era o único sul-americano. Os oufros eram 3 islandenses, 1 escocês, 2 norte-americanos, 4 alemães, 2 ingleses, um italiano e 3 franceses.

Pouco depois de embarcarmos já tivemos nossa primeira refeição: caranguejo, camarão, peixe, arroz e alguns vegetais servidos cada um a seu tempo.

Entramos mais adentro no mar e paramos para conhecer, de caiaque, algumas formações rochosas que se formam sobre a água. Inclusive era possível passar embaixo delas. Passamos sob três ilhotas e chegamos bem próximos de várias outras.

Era esperado um espetacular por-do-sol mas infelizmente na primavera eles dificilmente acontecem devido a quantidade de nuvens. De qualquer forma o anoitecer em meio às ilhotas foi bastante agradável.

No barco pude mais uma vez comprovar como brasileiros despertam a curiosidade no exterior. Perguntavam de tudo sobre o Brasil: economia, educação, política e segurança. E desejam ardentemente visitar nosso país na Copa de 2014 e nas Olimpíadas de 2016.

Um dos ingleses disse que enquanto muitos deles, apesar da riqueza, não gostavam de seu próprio país, todos os brasileiros que ele encontrava estavam ansiosos para voltar para o Brasil.

Jantamos e dormimos no barco. No dia seguinte o barco navegou um pouco até chegarmos a uma ilha na qual visitaríamos uma caverna. Talvez por não esperar muito desse passeio, achei-o incrível.

A caverna era mais interessante do que todas em que já havia estado na minha vida e mais sugestiva do que várias que já havia visto em filmes. Na verdade ela era formada por três cômodos: um pequeno, um médio e um grande que eram visitados nessa ordem. Nenhuma das partes deixava a desejar, mas a última realmente era impressionante. Além de enorme, no comprimento e na altura, haviam várias estalagnites, estalactites, e outras formações que levaram mais de mil anos para se constituírem. A iluminação artificial colocada na época que a Halong Bay foi declarada patrimônio da humanidade pela Unesco favorecia muito a visita deste local que, segundo os pesquisadores, um dia esteve sob as águas do mar. Não seria esta caverna a verdadeira morada do dragão?

P.S. Estou seguindo de avião para o sul do Vietnã, Saigon, também conhecida como Ho Chi Min City.

P.S 2 É dito no Vietnã que o sonho de todo vietnamita é casar com uma mulher japonesa, comer comida chinesa e morar em uma cidade no Ocidente.

P.S. 3 Um dos islandeses disse que é senso comum dizer que a seleção brasileira de futebol é, devido ao estilo, o segundo time para o qual torcem todos os habitantes deste planeta

P.S. 4 Uma das iconografias possíveis sobre estes países que visitei: um vietnamita plantando arroz, uma pessoa do Laos pescando e um tailandês cozinhando.

sábado, 10 de abril de 2010

[18] A velhinha de Hanói

Em Vang Vieng peguei uma van que me deixou no aeroporto na cidade de Viantiane, capital do Laos. O vôo até a capital do Vietnã, Hanói, foi tranquilo. Passei na imigraçao, troquei dinheiro, obtive um mapa e informação de transporte para o local onde ia ficar.

No caminho do aeroporto pra região do Old Quarter já deu pra ter um idéia de como eh Hanoi, uma cidade muito louca, que se desliga tarde e desperta cedo. Parece que há 40 motos para cada carro. Será que isso é oriundo de algum custume passado de usar a bicicleta como transporte? Percebo que no sudeste asiático existem sim carros, mas em muito maior numero existem motos e tuk tuks.

Não sei por quê, mas em um primeiro momento gostei mais de Hanoi do que da também ajitada Bangkok, talvez pelo fato de a temperatura estar mais amena e ser possível caminhar pela cidade e desvenda-la sem sofrer. Mas ainda assim, acho que gostei mais da Tailandia do que vou gostar do Vietna.

A comida de rua no Vietna, como nos demais paises do sudeste asiatico, eh deliciosa. Eles comem muita carne de porco, aproveitei pra matar a saudade! A mistura de molhos doces com azedos também eh constante: “sweet and sour”, sem muita pimenta “spicy”. Já percebe-se a influência chinesa na propria comida. (Enquanto a India influenciou muito a Tailandia, o Laos e o Cambodja, a China ocupou o Vietna por 1000 anos e deixou marcas ateh os dias de hoje –isso vale para a comida, religiao, costumes…).

Em nenhum lugar ate agora me senti tão na Ásia como no Vietnã. Mulheres com grandes chapéus em formato de cone na cabeça carregando coisas por meio de um pendulo no ombro nas ruas eh uma cena emblemática, vista em muitas oportunidades. Mesmo na regiao do Old Quarter, que eh uma regiao ao redor de um belo lago onde concentra-se boa parte dos hoteis e agencias de turismo de Hanoi, tudo remete ao passado. (Essa eh a regiao ideal para se ficar em Hanoi).

Falar do Vietnã sem falar de Ho Chi Min eh um insulto para qualquer Vietnamita. Muito mais que um politico comunista, ele era um patriota, um lider que levou o Vietna para a conquista da independencia. Ele eh um verdadeiro heroi no Vietna, e nao ha cidade sem um museu sobre ele ou sem uma estatua dele em algum canto. Logo, uma das maiores atracoes de Hanoi eh o complexo de Ho Chi Min, um conjunto formado por mausoléu, museu, palácio/residéncia e outros predios com arquitetura interessante. Nao muito distante esta o Templo da Literatura que tambem eh de visita obrigatoria.

Aventura mesmo foi chegar e sair do complexo de Ho Chi Min. Para ir peguei uma moto-táxi. Acertamos o preço e o piloto me deu um capacete. Sinceramente, quem tem amor a vida tem que pensar duas vezes antes de sentar em uma garupa de uma moto em Hanói, mas tirando as súbidas desviadas, as entradas na contra-mão e algumas freadas bruscas, foi muito divertido. E para voltar… mirei o mapa e decidi voltar caminhando. E pior, por ruas menos movimentadas. Santa ingenuidade, depois de 40 minutos, perdido, finalmente avistei um local familiar: a origem do inicio da caminhada, ou seja, o Templo da Literatura de novo. Desta vez decidi ir pela via principal, e nao eh que depois de uma bifurcacao fui perguntar e misteriosamente ja estava voltando para o Templo da Literatura de novo? Essas ruelas de Hanoi… Porem dessa vez consegui seguir para a regiao onde estava hospedado.

Pais nossos que estais na terra. Aqueles que ficam horrorizados com uma crianca no banco da frente de um carro sem cadeirinha, denunciaria a autoridades internacionais os vietnamitas que colocam duas criancas de menos de 5 anos em uma moto (uma na frente e outra atras), sem capacete, e dirige por Hanoi. Posso estar exagerando ao citar duas criancas, o que vi menos frequentemente, mas com uma se ve a todo momento.

Dezenas de motos, alguns carros, bicicletas, pessoas atravessando, quase nenhum semáforo, ou seja, som de businas sem parar...Parei para observar um pouco e tentar entender aquele caos urbano dos cruzamento de Hanoi quando de repente vejo um velhinha do alto de seus 80 anos no meio da rua e daquela confusão. Toda maqueada, de preto, elegantente vestida com um traje de passeio . Ela, com a experiencia de quem parecia morar em Hanoi ha anos, estava literalmente presa no centro da larga rua. Atras dela passavam carros, na sua frente dezenas de motos, a direita e a esquerda os veiculos desviavam dela. Subitamente a velhinha levantou suas maos e como quem rege uma orquestra comecou a reger o trafego de Hanoi. Olhava para os lados, levantava e abaixava ora a mao direita, ora a esquerda. Mas como musicos rebeldes os motoristas com seus intrumentos mecanicos pareciam ignorar a velhinha e nao a obedeciam. Então ela decidiu pelo inevitavel: dar um passo. E outro, e outro, e as motos e carros e bicicletas passavam como riscos por ela. Seria demais imaginar que tendo sobrevivido 80 anos de todos as ameacas fisicas e psicologicas possiveis que um ser humano pode passar na vida, a velhinha fosse terminar a sua de forma tao banal? Nao, soh mesmo os olhos de alguem estranho ao local poderiam desconfiar que a nobre velhinha bem vestida e maqueada atravessaria aquela rua caotica como quem faz trico. Para mim a chegada ao outro lado da rua deveria ser comemorado com urras das torcidas dos dois times em um estadio de futebol lotado.

P.S. 1 Em Hanoi contratei o passeio de dois dias pela Ha Long Bay e comprei a passagem de avião para Ho Chi Min City, sul do Vietnã.

P.S. 2 A gente sempre quer mostrar que sabe inglês, mas para fugir dos assédios de quem lida com turistas o melhor é tentar mostrar que não se está entendendo nada. Assim por várias vezes começava a falar português com os vietnamitas e eles ficavam malucos, até que desistiam da abordagem.

P.S. 3 Gostei do famoso café Vietnamita, mas o café especial brasileiro nao deixa nada a desejar

P. S. 4 Muitas crianças abordam os turistas aqui com Hello Hello e muito frequentemente pedem para tirar fotos deles.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

[17] Tubing em Vang Vieng

A caminho da capital do Laos, Vientiane, onde pegarei o avião para Hanói, parei um dia e uma noite em Vang Vieng, que é ainda mais pacata que Luang Phrabang.

A viagem foi de ônibus e meio chata. Partimos atrasados, estava muito calor até que o ar dentro do ônibus realmente ficasse condicionado, meu banco estava quebrado e a estrada era estreita, sinuosa e cheia de sobes-e-desces.

Um acontecimento diferente foi que na passagem estava incluído um jantar, de modo que a meia noite paramos para comer. Não sou muito de sopa, mas esta do Laos com carne, um macarrão fino e alguns vegetais estava boa.

Mais uma vez o curso dos acontecimentos voltou a ficar ruim pois o ônibus me deixou as 2:00 hs da manhã na cidadezinha que estava um breu só.

Tive que acordar a moça do primeiro guesthouse que vi e dormir umas horas até que amanhecesse. De manhã me transferi para um lugar melhor e acertei tudo: hospedagem de por uma noite, van até o aeroporto de Vientiane na manhã seguinte para dar tempo de pegar o vôo e uma aventura chamada "tubing".

O tubing é assim: vocé deve sair de sua hospedagem só com algum dinheiro dentro de um saquinho vedado a prova d'água e traje de banho. Eles te dão uma imensa bóia, parecida com uma câmara de ar de um pneu de um caminhão, e te deixam num ponto do rio. O negócio é esse, descer o rio deitado na bóia. O tempo do trageto depende do rio, nessa época de pouca chuva em que o rio está baixo e a correnteza é lenta, levei quase 4 horas. Mas tem um porém... Há cerca de 8 bares ao longo do trajeto. Já no primeiro há um drinque grátis e o pessoal já começa a beber.

Em cada bar também há uns esportes radicais, umas tirolezas para se pular no rio, tudo disponível pra quem compra pelo menos uma bebida no bar.

E assim vai indo... Para-se em um bar, toma-se uma bebida grátis, compra-se uma bebida, da-se um tempo, senta-se na boia novamente, vai descendo lentamente pelo rio curtindo o visual, para-se em um novo bar...

P. S. No local onde estou hospedado aqui em Viang Vieng no interior do Laos tem tocado música brasileira (Bossa Nova) o dia inteiro!

terça-feira, 6 de abril de 2010

[16] Budismo e a cachoeira de Luang Phrabang

Cidade patrimônio da Unesco, Luang Phrabang é bem calminha. Tem uma rua principal muito charmosa, onde a única iluminação a noite é a dos restaurantes que a ladeiam, dando um caráter cinematográfico para a cidade.

A noite acontece o Night Market, uma feira noturna, onde são vendidos produtos feitos artesanalmente de ótima qualidade. Dá muita vontade de comprar várias coisas, mas como carregar depois?

Perpendicular ao Night Market há uma rua onde se vende comidas típicas do Laos. Eu pedi um peixe grelhado R$4 e peguei comida a vontade no buffet deles por R$2. No buffet além de saladas diversas, havia um macarrão delicioso. A comida do Laos também é de excelente qualidade, já lembra um pouco mais a brasileira porque usam alho e cebola.

No barco conheci um casal de ingleses, um casal de maltenses (os dois casais estão viajando juntos) e mais um inglês. No dia seguinte após chegar em Luang Phrabang nos juntamos todos e, por R$5 cada um, contratamos um Tuk Tuk (ida, espera e volta) para nos levar à cachoeira a 30 km da cidade onde passaríamos a tarde.

A cachoeira era como eles diziam "amazing", maravilhosa, e confesso que realmente era, também do ponto de vista de um brasileiro. O que mais chamava a atenção era a cor da água, esverdeada, mas também a formação das várias quedas da cachoeira impressionava. Fomos a um nível no meio da cachoeira onde se formava uma imensa piscina, que por sinal era mais perigoso, a uns 50 m de altura, que nos deixou ainda mais estupefatos. Felizmente ninguém escorregou ao subir em meio às rochas e a água descendo. Mas valeu a pena porque foi a melhor parte do passeio.

Terminamos a noite jantando juntos e tomando algumas cervejas. Foi uma excelente oportunidade para praticar o inglês.

No último dia em Luang Phrabang, seguindo com o firme propósito de me tornar um budista (brincadeira), visitei dois templos, um no topo de uma colina e o outro no fim da rua principal da cidade, ambos aquém dos templos da Tailândia.

Tanto no Laos quanto no Cambodja e na Tailândia a principal religião é o Budismo Theravata que é um tipo de budismo bastante tradicional, ligado às raízes mais remotas dessa religião. Eles destacam principalmente 3 aspectos da existência:

1) Dukkha: sofrimento, insatisfação, doença
2) Anicca: transitoriedade de tudo
3) Anatta: não permanência da alma

Além disso há 4 grandes verdades:

1) Viver é sofrer
2) O sofrimento é causado pelo desejo
3) Para cessar o sofrimento deve-se acabar com o desejo (desapego)
4) Para cessar o sofrimento/acabar com o desejo há 8 caminhos: entendimento correto, pensamento correto, discurso correto, postura correta, atitude correta, esforço correto, atenção correta e concentração correta.

O objetivo principal é atingir o Nirvana (estado iluminado em que não se deseja nada e que não se sofre).

Estou partindo agora pra Vang Vieng a caminho da capital Vientiane.

P.S. As havaianas realmente sao o novo simbolo brasileiro, estão nos pés de quase todos os viajantes.

P.S. 2 As pessoas no Laos, no café da manhã, já comem peixe, sopas, e outras comidas, apesar da temperatura não ser baixa

P. S. 3 A mão de direção no Laos não é invertida e os carros também são como no Brasil, com o motorista sentado à esquerda.

P.S. 4 É um mito essa imagem do Buda gordo que temos no ocidente. Mais de 90% das imagens de budas que vi aqui eram de Budas magros.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

[15] Entrando no Laos de barco ao longo de 2 dias

A viagem de Chiang Mai na Tailândia até Luang Phrabang no Laos foi carregada de insegurança. Uma van passou no SK House às 20:30 e eu era o único passageiro! Viajamos por uma hora e eles pararam num posto. Estávamos esperando algo e assim se passaram 40 minutos. Então chegou uma van com 8 pessoas para a qual tive que me mudar.

Continuamos a viagem e depois de uma parada no meio do caminho chegamos às 2:30 da madrugada na cidade de Chiang Khong na fronteira. Dormimos numa pousadinha simples que, estava incluída no pacote, até às 7:00 e então seguimos para a sequência: imigração da Tailândia para carimbar no passaporte a saída, atravessar o rio/fronteira num pequeno bote, imigração do Laos para pagar taxa (us$30), preencher papéis e pegar visto/carimbo da entrada.

Então fomos transportados rapidamente para um outro píer para finalmente pegar o longo e estreito barco para Luang Phrabang. Confesso que tem que ter muita fé que tudo que você contratou vai dar certo até o final , pois fomos orientados pelas mais diversas pessoas ao longo do caminho. Mas acabou dando certo mesmo.

A viagem no Laos até Luang Phrabang duraria dois dias. No primeiro dia partimos às 11:00 e viajamos por 6 horas até o vilarejo de Pak Beng. Dormimos aí e no segundo viajamos das 9:30 às 17:00 hs até o destino final. A parada na pequena e simples Pak Beng entre os dois dias, além de um descanso, me propiciou experimentar um delicioso peixe do rio Mekong.

A descida pelo largo rio é feita a cerca de 20 km/h num barco motorizado, de madeira, com capacidade para umas 70 pessoas. Os bancos são duros de modo que recomenda-se levar uma almofada. O barco é bem aberto nas laterais, com uma cobertura pra proteger do sol.

Ao longo da viagem se vê muitos vilarejos, em alguns deles paramos para deixar passageiros. Às margens do rio, sobre a areia ou entre pedras, é muito frequente se ver nativos pescando, minerando, nadando. Boa parte das vezes principalmente as crianças acenavam. Vez ou outra passávamos uma canoa ou uma motorizada passava por nós. Ao mesmo tempo que parecia estar nublado, havia também fumaça de várias queimadas que vimos durante a viagem.

Enquanto boa parte dos europeus se esticavam pelo chão do barco tentando dormir, uma cena tocante foi ver uma nativa do Laos descendo do nosso barco em um elevado banco de areia às margens do rio, tendo ao fundo, mais acima, uma floresta sobre uma montanha. Ela abriu sua sombrinha e com a outra mão segurou sua mala, e assim caminhava em direção a sua vila formada por cabanas cobertas com vegetação seca. O rosa, a areia, o verde, as cabanas, a sombrinha, a mala e o significado daquele reencontro: uma ponte entre o avançado e o simples, o acelerado e o lento, o excesso e o necessário, o artificial e o natural, o estranho e o familiar. Está nas mãos de cada um identificar aonde é o local que lhe será mais fácil ser feliz.

P.s. No sudeste asiático as mulheres fazem o possível para manter suas peles o mais claras possível. Dizer que elas estão bronzeadas é uma ofensa.

sábado, 3 de abril de 2010

[14] Cozinhando em Chiang Mai

Como disse anteriormente sai da ilha Ko Phan Ngan (sul da Tailândia) e cheguei em Chiang Mai (norte da Tailândia) depois de uma parada em Bangkok (centro da Tailândia).

A viagem Bangkok => Chiang Mai durante o dia foi mais interessante porque pude observar o interior deste país. O que mais se vê é plantação de arroz. Eles são um dos maiores exportadores mundiais de arroz. Metade da mao-de-obra do pais estah alocada na agricultura.

O excesso de tempo ocioso também serviu pra que eu pudesse planejar os passos seguintes. Abro um parênteses aqui pra chamar a atenção sobre a importância de um bom guia nessas horas. O Lonely Planet me ajudou muito, é de valor inestimável. Por ele, por exemplo, localizei uma excelente opção de hospedagem em Chiang Mai, com boa infra-estrutura e preço justo, e descobri que se ligasse eles me pegariam na estação de trem por cortesia. Dito e feito. A parte mais difícil foi a tailandesa entender a soletração de meu nome para que a pessoa que fosse me buscar o ficasse exibindo quando as pessoas estivessem saindo do trem.

O guia não estava mentindo, o S. K. House era aconchegante, todo com decoração local, e todos os quartos nos seus três andares ficavam ao redor de uma imensa piscina. O escritorio de turismo deles tambem me ajudou nos passos seguintes.

Além dessas decisões "onde ficar"'e "como chegar" outras constantes em uma viagem como essa são: "onde obter o mapa da cidade", "quanto tempo ficar" (um número mágico é duas noites), "onde comer", "o que visitar e em que ordem", "fazer excursões ao redor da cidade", "onde usar Internet", "como lavar roupa", "onde trocar dinheiro", "onde comprar passagem pro próximo destino", "onde trocar dinheiro"...

Decidido tudo isso é hora de explorar o local! Adivinha qual é a principal atração de Chiang Mai ? Os templos... Já devo quase ter me tornado um budista.

Mais uma vez imerso em um calor opressivo fui para o primeiro. Nada demais comparado aos três magníficos que visitei em Bangkok. Já o segundo teve algo de inovador que me fez gostar muito: uma área externa onde várias árvores faziam sombra sobre mim e sobre plaquinhas penduradas nelas com frases profundas, que estavam ali para provocar reflexão. Alguns exemplos:
"Até a morte nada é suficiente",
"Sem um começo não há porque se preocupar com o fim",
"O fracasso ensina ao homem como ter sucesso",
"Educação é um guia, conhecimento a chave",
"A ignorância é o verdadeiro mal",
"A ansiedade encurta a vida",
"Chorar com os sábios é melhor que rir com os idiotas",
"O homem que deseja ser o líder do público, deve saber ser o seguidor do público",
"Hoje é melhor que dois amanhãs",
"Clean, clear, calm: essas são as características de um homem nobre" (limpo, claro, calmo).

Por fim o terceiro era, na verdade, um conjunto de templos, todos com a parte interna muito bonita, sempre com estátuas douradas de budas, que ficam como ficam os Cristos nos altares das igrejas católicas. Haviam vários monges-crianças neste. Me disseram que, como nosso serviço militar obrigatório, também há na Tailândia o que eu chamaria de um "serviço espiritual obrigatório", depois eles decidem se querem seguir como monges. A idade deles parecia ser de uns 12 anos, todos vestidos com mantos cor de abóbora e de cabeça raspada. Talvez por isso haja tão poucos criminosos por aqui.

Em Chiang Mai tomei coragem e peguei um Tuk Tuk para ir a um restaurante indicado no guia, imaginei que aqui funcionariam realmente como táxi e não me levariam para lojas como em Bangkok. Difícil mesmo foi fazer o motorista entender onde ficava o restaurante para então negociarmos o preço, mas deu tudo certo, ele era bastante honesto e me levou por três reais. Foi um passeio divertido com direito a foto no final.

No meu segundo e último dia em Chiang Mai fui fazer um curso de culinária na escola Ban Thai. Por 30 dólares o programa começava às 9:30 quando passariam onde eu estava hospedado para me pegar e terminaria às 16:00 hs.

Por volta de 9:45 eles passaram e seguimos para a escola. Éramos 9 no total na nossa classe, mas na escola haviam mais de 40 pessoas. Primeiro tivemos algumas explicações sobre como fazer arroz, eles o fazem no vapor, depois de deixá-lo mergulhado na água por 6 horas. Em seguida fomos ao mercado comprar ingredientes para a comida. Quando voltamos começamos a fazer os pratos. E comê-los...

Os meus foram 1)Pad Thai, 2)Green Curry, 3)Bolinho de peixe frito e 4) uma sopa de frutos do mar com leite de coco, além de 5) uma sobremesa.

Pad Thai é um dos pratos mais tradicionais da Tailândia, a base é broto de arroz, que eles chamam de noodle. Vai ainda ovo, frango, vegetais. O meu ficou muito bom. Penso que o difícil mesmo seria encontrar os ingredientes no Brasil. Para faze-lo eh fundamental uma frigideira gigante. Fogareiros com fogo bem alto tambem sao ideais.

Green Curry é meu prato predileto. A base é uma pasta feita com a pimenta green curry. Também leva bastante leite de coco, produzindo um caldo picante e delicioso. Pode-se fazê-lo com frutos do mar, camarão, carne de porco, frango... Por último são adicionadas algumas especiarias locais e alguns milhinhos de 4 cm de tamanho. Servido com arroz.

O último prato foi uma sobremesa a base de banana com coco frita, servida com sorvete de creme. Fiquei muito satisfeito com a escola Ban Thai !

Muito bem, parto pra fronteira hoje para na manhã seguinte entrar no Laos. Serão dois dias descendo o rio Mekong em um barco pequeno, rustico, e sem motor até chegar em Luang Phrabang.

P.S As lojas 7-Eleven da Tailandia sao otimas. Alem de refugio, por terem ar-condicionado, elas tem tudo que um mini-mercado tem que ter.

P.S. 2 Me acostumei a tomar Ice Coffe na Tailandia, ou seja, cafe gelado. Eles vem em latinhas de 100 ml e custam apenas R$1,00 no 7-Eleven. Sao perfeitos para esse clima quente.

quarta-feira, 31 de março de 2010

[13] Full Moon Party em Ko Pan Ngan - a maior festa rave do mundo

Não sei como eu ainda tenho disposição para fazer essas viagens longuíssimas como as que fiz para chegar e sair da ilha Ko Pha Ngan. Foram horas e horas de barco, caminhonete, van, ônibus e trem. Cerca de três dias e três noites somados, incluindo a saída para o próximo destino, tudo isso principalmente para ver a Full Moon Party.

Talvez seja porque se obtém algo em troca. Por exemplo, de que outra maneira teria obtido no ônibus que pegamos em Krabi, após o barco para sair de Phi Phi, altas dicas com um casal de jovens brasileiros que antes de voltar ao Brasil, depois de viver três anos e meio na Austrália, estavam fazendo uma viagem de 45 dias pela Ásia? Eles deram excelentes dicas da Austrália, Nova Zelândia e Indonésia.

Mas falemos da Festa da Lua Cheia. Desde quando estava planejando vir à Ásia tinha lido que uma das atrações imperdíveis era essa festa rave (com muita música eletrônica) que acontece uma vez por mês em Ko (ilha) Pan Ngan. Se Ko Phi Phi fica na costa oeste do sul da Tailândia, Ko Pan Ngan fica na costa leste, próximo de duas outras ilhas que merecem ser visitadas, mas que não fui: Ko Samui e Ko Tao.

De fato a quantidade de gente chegando para a festa era de impressionar, na sua grande maioria europeus. Para alguns a festa já começa uns dias antes, nas duas ou três noites anteriores.

À parte da música, há muitos shows com fogo, balões são soltos a todo minuto e sempre há pequenas performances. Cada um inventa seu figurino que em geral é básico, com pinturas pelo corpo feitas por nativos, e com alguns acessórios fluorescentes. Outra característica inconfundível são os buckets de bebidas. São pequenos baldinhos onde se coloca cerca de 250 ml de vodka ou wisky, 1 redbull, refrigerante e gelo. Não se sente o gosto do álcool e depois do segundo baldinho... Isso para não dizer das outras coisas que não ficam tão a vista, mas que são oferecidas veladamente.

A festa, que tem seu ápice entre duas e três da madrugada, acaba na manhã seguinte para a tristeza dos boêmios de todas as partes.

Não sei se valeria a pena cruzar o mundo por causa da festa, mas para quem está passando pelas redondezas é realmente uma grande atração, uma vez que festa, noturna, na praia, com lua cheia, com gente de todo o mundo, na Ásia não poderia ser diferente.

P.S. Esse texto escrevi do meu Iphone em que coloquei um chip tailandês.

P.S. 2 Enquanto escrevia, via a paisagem do entardecer da saída de Suratani, a partir do trem, em meio a muitos tailandeses comuns. Mais uma justificava para a questāo colocada no início deste texto.

sábado, 27 de março de 2010

[12] O Tsunami de Phi Phi

Dificil andando pela ilha de Phi Phi, na costa oeste do sul da Tailandia, imaginar que um dia, em dezembro de 2004, de repente, aquelas aguas calmas que a rodeiam levantaram-se a altura de metros e invadiram a ilha. 70% das construcoes na ilha foram destruidas, 850 corpos foram encontrados, cerca de 1200 desapareceram; porem guias locais de turismo dizem que morreram ali cerca de 4000 pessoas. Veja um video: http://www.youtube.com/watch?v=Gbq412haY1c&feature=fvst

O governo da Tailandia evacuou a ilha transferindo a populacao pra outra regiao. No entanto um holandes criou uma ONG "Help International Phi Phi" e iniciou a reconstrucao da ilha. Hoje pouco se ve da destruicao ocorrida 5 anos atras.

Encontrei ua hospedagem e contratei um passeio ate a famosa Maya Bay onde ocorreu a filmagem do pessimo filme "A Praia" com Leonardo Di Capprio. O local eh bastante bonito com agua azul turquesa, formacoes rochosas interessantes , porem dei azar e o passeio nao foi bom. Pra comecar o barco era pequeno para os 9 espanhois, os dois suicos e eu. Nos molhamos todos na ida. Embora fizesse sol quando saimos, o tempo virou e comecou a chuviscar. Apos conhecer a Maya Bay eu e os dois suicos trocamos de barco, no outro haviam apenas duas pessoas e tinha capacidade pra umas 20. Porem o que parecia ser vantajoso nao foi tanto. Ficamos 30 minutos dentro do barco esperando a boa vontade do condutor tailandes, um nativo da ilha, que parecia se divertir com seus amigos bebendo um liquido suspeito. Mas finalmente voltamos, apos pequena parada para mergulho de superficie, enfrentando ondas revoltas onde um dia ocorreu o tsunami. Fiquei imaginando que turistas comuns como nos morreram num momento de lazer como este.

A noie de Phi Phi eh bem ajitada. Andei a esmo pela ilha e duas coisas me chamaram a atencao. Uma foi o Fire Fantasy um show feito em um barzinho na praia (Carlitos), realizado por uns 10 tailandeses que se revezavam no palco na praia, sob o luar, fazendo malabarismos com fogo. O efeito visual na noite impressionava e me fez lembrar que estava em uma ilhinha na Asia. O outro foi um imenso bar que entre outras coisas tinha um ringue dentro onde estava ocorrendo luta de boxe tailandes. Eh curioso porque, se no Brasil as pessoas veem principalmente jogo de futebol na televisao, ou na espanha tourada, aqui vi varios tailandeses assistindo a boxe. Apos a exibicao de dois lutadores tailandeses, duas europeias escandinavas muito altas se voluntariaram a lutar. Foi muito engracado e em dado momento, com raiva uma da outra, elas pararam de brincar e realmente o negocio pegou fogo. Sairam da luta exaustas e com algumas injurias, apesar das protecoes na cabeca.

No dia seguinte, domingo, passeei com mais tranquilidade pela ilha e pude observar melhor o quetinha sido destruido/reconstruido. Mas o mais interessante do dia foi visitar o ViewPoint. Por uma subida ingrime chega-se a um ponto que se ve toda a ilha. Explico melhor agora, na verdade Phi Phi sao duas ilhas unidas por um istmo, pequena faixa de terra. Istmo esse que praticamente sumiu durante o tsunami. E nessa faixa que concentra-se tudo em Phi Phi. De cada lado deste istmo ha uma praia. DoViewPoint se ve tudo ao mesmo tempo, as duas partes da ilha e o istmo ligando-as e as prais de cada lado do istmo, forma-se uma especie de H onde cada perna do H eh uma parte da ilha e o tracinho no meio eh o istmo. E bem bonito, especialmente quando visto durante o por-do-sol.

Na segunda de manha conheci a praia Long Beach. Peguei um taxi-boat e conheci a praia que dizem ser a mais bonita de Phi Phi. Eu concordo. Alias, creio que se vier novamente para essa ilha certamente ficaria nesta praia. Pela primeira vez entrei no mar de aguas verdes clarissimas e quentes (30 graus). Entre as apaziguadoras e charmosas pousadas e a praia ha arvores de uma especie unica daqui, com redes entre elas. Na agua era possivel ateh ver cardumes de peixes se movimentando. Comi em um restaurante as margens dessa praia da Ilha tendo um visual deslumbrante a frente. Quem viaja pela Tailandia tem que vir ateh Phi Phi !

As duas horas o bote partia pra longa viagem ate a ilha de Ko Pha Ngan. Chegarei nesta ilha as 6:00 da manha do dia seguinte.

quinta-feira, 25 de março de 2010

[11] Bangkok II

Antes de partir para Kanchanaburi, na terca a noite resolvi me arriscar e comer na rua como jah haviam me recomendado. Dentre tantas opcoes que dah medo, escolhi uma que parecia privilegiar a higiene. Sentei, tomei uma cerveja local (Chang) e pedi o primeiro prato: Pad Thai. Uma especie de macarrao fino, com deliciosos legumes (e olha que sou meio carnivoro). Podia-se escolher com porco, carne de vaca, frango ou camarao, escolhi com este ultimo. Estava otimo. Pedi entao outra cerveja local (Singha) e posteriormente, uma vez que nao tinha almocado, um segundo prato: Fried pork on rice. Logico que nao vou me arriscar escrever aqui o nome tailandes e vou me ater a escrever a traducao em ingles que estava no menu, mas eh carne de porco temperado e feito com arroz. Parece simples neh ? Mas meu amigo, que sabor tinha o arroz, havia um tempero verde que me fez devora-lo todo. Li em um guia que ha uma especie de arroz-jasmim, deve ser isso. Agradecendo aos deuses por terem me presenteado com tais "especialidades" pedi a ultima cerveja local (Leo) e meu ultimo prato. Galera, calma ai, nao almocei neh... Green Curry wiht fried beef: carne de vaca com curry. Olha vou me abster de colocar qualquer adjedivo rebuscado aqui mas tenho que apenas dizer que foi o mais hot, o mais spicy, ou seja, o mais apimentado e o melhor prato que comi, asim como tambem tenho que dizer que haja cerveja para amenizar a pimenta... No dia seguinte ainda experimentei o Red Curry with shrimp, ou seja outra pimenta e com camarao. Alias tem-se que dizer isso: quem nao gosta de pimenta nao deve nem pensar em vir para a Tailandia, eh normal apos as refeicoes sair como um dragao, cuspindo fogo.

Meu ultimo passeio em Bangkok foi conhecer um Mercado flutuante, nesta sexta-feira pela manha. Fica um pouco longe, gastamos uma hora e meia para chegar la. Ele acontece em alguns canais one ha varios vendedores/vendedoras circulando em canoas com os mais diferentes tipos de produtos, especialmente alimentos. Evidentemente hoje em dia o mercado jah incorporou outras caracteristicas e sao vendidos tambem os mais diferentes tipos de souvenirs. Entramos em uma canoa e percorremos varios canais em meio ao tumultuado transito fluvial, uma vez que tambem haviam barcos motorizados. Excepto pelos canais nao lembra nada Veneza, mas valeu a visita. Creio que nao tirei uma foto tao boa quanto a que encabeca este blog, mas da para ter uma ideia.

Aproveitei parte da tarde tambem para circular mais uma vez pela regiao onde estou hospedado e tirar algumas fotos, a regiao da Khao San Road, local cheio de hospedarias, restaurantes, comidas de rua, casas de cambio, lojas de souvenirs... Dizem que eh onde todos os mochileiros se encontram.

Outros apontamentos sobre a Tailandia/Bangkok:

-Principalmente os banheiros fora do circuito turistico sao diferentes dos do ocidente. Tem-se que agachar para usar a privada. A descarga eh um balde d'agua que fica do lado e que se espera que apos uso se jogue dentro da privada. Nao hah papel higienico, de modo que sempre se recomenda carregar um. No lugar do papel ha agua e uma canequinha. Eles lavam com a mao esquerda de modo que sempre cumprimentam com a mao direita, pois o contrario seria uma ofensa.

-As refeicoes vem acompanhadas de garfo e colher e nao faca.

-Quase 100% do tailandeses sao budistas.

-Costuma-se ver familias de quatro montados em motos, alem das compras do supermercado, todos sem capacete.

-Muitos trabalhadores aqui, como os pedreiros, por exemplo, trabalham com a cara tampada, como mumias.

-Tuk Tuk eh um modo de transporte comum (moto rustica com duas rodas atras e um compartimento para dois sentarem lado a lado, atras do motorista. O problema eh que eles pegam os turistas e passam por varias lojas, mesmo sem a pessoa querer. Eles ganham uma comissao mesmo que as pessoas nao comprem nada.

Hoje parto de Bangkok para a Ilha de Phi Phi ao sul da Tailandia. Ainda nao deu tempo de ver uma luta de boxe tailandes, um dos expoentes do pais. Tomara que surja uma oportunidade. Sinto que faltou ao menos um dia mais para usufruir nesta cidade um tanto quanto complexa.

Soh para o caso de ainda nao ter ficado claro: a comida tailandesa eh de levar qualquer um aas nuvens! Dizem que ha boas aulas de culinaria em Chiang Mai, a cidade do norte que devo ir no final da proxima semana. Quem sabe...

[10] Kanchanaburi perto de Bangkok

Pra fugir um pouqinho do tumulto bangkokiano, contratei na minha hospedaria um passeio de dois dias para Kanchanaburi, a umas duas horas da capital tailandesa.

O passeio comecou na quarta-feira de manha e confesso que o primeiro dia foi meio cansativo, exceto por ter conhecido o pessoal da van, incluindo dois camaradas chilenos, Ricardo e Juan Pablo.

Apos observar um congestionamento, no sentido contrario ao que seguiamos, de matar de inveja qualquer paulistano, a primeira parada foi em um cemiterio, a segunda na ponte do rio Kwai a terceira pegamos um trenzinho e a quarta em uma cachoeira.

Nada do que eu possa escrever aqui pode subsitutir assistir-se ao filme A Ponte do Rio Kwai, que independente de qualquer coisa eh um otimo filme, e eh classico, aluguem! Resumindo: cerca de 100.000 pessoas, boa parte prisioneiros de guerra europeus/americanos/australianos e os demais tailandeses cooptados, morreram construindo uma ferrovia de 415 km de extensao em 20 meses (o certo seriam uns 5 anos) sob as ordens dos japoneses. Eles morrreram de exaustao, desnutricao ou por alguma doenca. Essa obsessao japonesa aconteceu no contexto da segunda guerra mundial e era parte da estrategia do Japao para expandir seu dominio. Essa ferrovia eh chamada de ferrovia da morte. Por isso ha o cemiterio, visita a ponte, passeio pela ferrovia e no outro dia ainda ha uma visita a um museu.

A ultima parada foi em uma cachoeira. A cachoeira em si era comum, mas os tailandeses ao redor... Parecia um imenso piqueninque. E aos poucos foram chegando criancas e mais criancas, parece que as aulas ainda nao tinham comecado. Nesse local conhecia ainda um brasileiro (Diogo) e duas francesas de 45 anos (Marry e a outra nao lembro bem). Tirei fotos bastante diferentes do povo tailandes em seu momento de lazer, na cachoeira.

Depois de tudo isso seguimos para nossa hospedagem que mais parecia uma palafita, que sao casas de madeira construidas sobre o rio. A correnteza era grande e balancava tudo. O banheiro, para terem uma ideia, tinha tabuas mais espacadas para que a agua do banho ja caisse no Rio. Mas tinha uma tela para proteger-nos de qualquer anaconda tailandesa. Tambem havia um barzinho/restaurante junto da casa onde os dois chilenos, o brasileiro, as duas francesas e eu trocamos ricas experiencias por longas horas.

O segundo dia, exceto pelo museu, foi muito mais ajitado. Comecou com um passeio pelo rio em duas grandes jangadas de bambu.

A segunda grande atracao foi um passeio de elefantes. Nao eh muito confortavel nao, mas eh divertido. E ao final ainda pude tirar uma foto bem inusitada: um imenso elefante, com sua tromba, me levantou a uma altura de dois metros !

Por fim a ultima atracao do dia foi uma visita ao Templo dos Tigres. Ha varios tigres e monges no local. Pode-se chegar bem perto dos tigres e passar a mao. Creio que ha quase vinte tigres por lah e realmente chega-se bem perto deles.

E entao voltamos a Bangkok que rendera ainda o relato de mais algumas aventuras...

terça-feira, 23 de março de 2010

[09] Bangkok I

Sem tempo pra escrever texto, alguns excertos:

-Minha primeira boa experiencia na Tailandia nao podia ser outra: a comida. me esbaldei no jantar da segunda-feira. E o pior eh que eh bom e barato.

-Aqui eh mao invertida e a direcao dos carros ficam em frente ao assento direito. Nem pensar em alugar carro aqui, como ler essas placas com simbolos malucos ?

-Manifestacao no centro realizada pelos "vermelhos" que pedem a queda do prefeito. Mas tudo pacifico...

-Como se houve sapos em Bangkok, explico: sao vendedores de sapo de madeira que ao passar outra madeira sob as costas destes produz-se um som identico ao animal

-Na manha de terca bastou eu dar uma volta tentando chegar aos templos a peh para perceber que boa parte de meus parametros anteriores de viagem nao valem na Asia. Em meio ao caos visual, ao cheiro caracteristico das varias comidas de rua, ao som dos tais sapos, imerso em um calor que faz a cabeca dilatar e os pensamentos derreterem, sem entender a confusao das ruas e ler bem os sinais destas nesta lingua maluca, com pessoas te oferecendo algo a cada 30 segundos "hi sir" " good morning sir" what are you looking for sir" may I help you sir" voltei pro ar condicionado do meu quarto, uma hora depois, para pensar um pouco.

-Tinha comprado um guia da Tailandia, dei umas lidas, selecionei o que realmente importava fazer e fui ate um posto de informacoes. Como no caminho tinha obtido o preco de um taxista tres vezes maior que o normal (segundo o guia) preferi pegar um onibus. A moca me orientou bem e consegui chegar ao primeiro complexo de templos

- No maior templo da Tailandia na parte exterior soh se entra de calca (tive que alugar uma) e dentro dos templos, descalco. Ha moveis para colocar os sapatos.

-Depois deste primeiro que realmente impressiona pela arquitetura, pelas esculturas, pelos simbolos diferentes dos ocidentais, pelas cores vibrantes, fui para o segundo.

-No segundo templo a atracao era um buda gigante deitado dentro do templo. Acredito que seja maior e mais largo que o Cristo Redentor do Rio. Valeu a visita. E ainda haviam centenas, talvez milhares de estatuas de Buda dentro deste segundo complexo.

-Nao satisfeito fui completar a overdose. Desta vez tinha que pegar um bote e cruzar o rio, o que fiz depois de, no caminho, ignorar mais alguns espertinhos. Neste ultimo o que chamou a atencao foi algo que sequer sei o nome, onde se sobe e tem-se uma vista fantastica de Bangkok. Peguei o bote de volta e em seguida um onibus pra voltar. Acreditem, desta vez consegui um raro, com ar-condicionado, que me deixou ainda mais perto da minha hospedagem. Mas olha, haja gestos para explicar onde se quer ir, onde se quer descer, porque a lingua eh impronunciavel. Mas controlando a inseguraca consegue-se tudo.
-Finalmente fiz a massagem tailandesa. Sao feitas em sofas que ficam em frente as hospedagens. Ia fazer soh meia hora pes e perna, mas foi tao bom que fiz a outra meia hora padrao, nos ombros e costas. Muito bom.

-Deixa eu ir pra uma das partes mais prazerosas do dia, comer, pois jah sao 9:30 da noite e eu nem almocei nem jantei hoje!

segunda-feira, 22 de março de 2010

[08] A viagem

Cansativa pra caramba, estou confuso com o fuso. Mas cheguei bem e ja estou hospedado em Bangkok por 550 baths single bedroom com ar.
Algumas observacoes:
-2 horinhas no aeroporto internacional do Rio, 2 horinhas no aeroporto internacional de Sao Paulo, 8 horoes no aeroporto internacional de Londres. Algumas turbulencias no comeco da madrugada quando estavamos sobre o Atlantico impediu que tivessemos uma noite de sono tranquilo.
-Saindo do aviao em Londres adivinha quem foi escolhido para uma revista mais minuciosa ? Sim, aquele que vos escreve. Quando entrei na Europa uns anos atras por Milao foi a mesma historia, sendo que naquela ocasiao me apalparam ate o estomago em busca de drogas. Dessa vez ficaram nas inumeras perguntas e em uma detalhada revista na mochila. Fazer o que... Talvez seja o onus de viajar sozinho. Traficante ou imigrante ilegal em potencial ?
-Lendo o Finantial Times no aeroporto de Londres, duas referencias ao Brail: 1) Morreu o Mr Expresso, Emilio Lavazza, que ensinou ao mundo como fazer cafe e tornou a Italia sinonimo de bom cafe. Mas basta ler a reportagem por completo para ler no oitavo paragrafo que como comprador de cafe bruto ele sempre preferiu o cafe do Brasil. Ia sempre para nosso pais e ate aprendeu a falar portugues. Nos brasileiros temos que aprender a fazer negocio. Ate quando seremos apenas grandes exportadores de materia-prima ? Ferro, cana-de-acucar, soja, cafe, futuramente petroleo do pre-sal... 2) Um reporter do FT pela primeira vez visitou o nosso pais como turista e ficou no Rio. Teceu elogios a cidade e disse que apos uma caminhadinha no calcadao ja entendeu porque a Copa e as Olimpiadas serao no Brasil. O negocio so tende a melhorar agora... reflexos das duas competicoes...
- O trecho Londres Bangkok nao foi uma viagem foi a "experiencia de viajar pela companhia Thao". O jeito do interior do aviao, o tratamento das aeromocas com seus vestidos orientais belissimos, o espaco maior entre os bancos, a riquissima comida...
- Depois de passar pela area medica pra mostrar meu cartao identificando quando tomei vacina contra febre amarela, depois de passar pela imigracao, depois de pegar minha bagagem (que felicidade pensar que ela veio Rio=>Bangkok certinho, mesmo tendo eu mudado de aviao duas vezes), depois de pegar onibus para o centro de Bangkok (Khao San Road), finalmente estou hospedado. Mas como eu disse: confuso com o fuso... vou dormir... escrevo em breve novamente.

quinta-feira, 11 de março de 2010

[07] Roteiro final detalhado

Após ler guias, pesquisar na internet e conversar com uma viajante por telefone (Lícia, obrigado!) que acabou de voltar de uma viagem de vários meses pela Ásia, fechei o roteiro. Quer dizer, pelo menos uma espinha dorsal que, eventualmente, pode ter ligeiras alterações.

D= Domingo

BRASIL
20-mar Rio
INGLATERRA
21-mar D Londres

TAILÂNDIA
22-Mar Bangkok
23-Mar Bangkok
24-Mar Bangkok
25-Mar Bangkok
26-Mar Ilha Ko Phi Phi
27-Mar Ilha Ko Phi Phi
28-Mar D Ilha Ko Tao
29-Mar Ilha Ko Pha Ngan
30-mar Ilha Ko Pha Ngan
31-Mar Trem Suratani Bangkok Chiang Mai
01-Abr Chiang Mai
02-Abr Chiang Mai
LAOS
03-Abr Viagem de bote pelo rio
04-Abr D Viagem de bote pelo rio
05-Abr Luang Prabang
06-Abr Luang Prabang
07-Abr Vang Viang
08-Abr Vang Viang
VIETNÃ
09-Abr Hanói
10-Abr Ha Long Bay
11-Abr D Ha Long Bay
12-Abr Hanói
13-Abr Hue
14-Abr Hue
15-Abr Ho Chi Min City (também chamada Saigon)
16-Abr Ho Chi Min City
CAMBODJA
17-Abr Phon Pen
18-Abr D Siem Rap
19-Abr Siem Rap
TAILÂNDIA
20-Abr Bangkok
INGLATERRA
21-Abr Londres
22-Abr Londres
23-Abr Londres
BRASIL
24-Abr Sab Rio

quinta-feira, 4 de março de 2010

[06] Um pulo na America do Norte - EUA

Falta pouco pra minha viagem pra Ásia, duas semaninhas, mas antes disso fui agraciado por minha empresa com uma conferência nos EUA. É por isso que dedico este post para falar um pouquinho de São Francisco na Califórnia.

Volto aos EUA dez anos depois do período de um ano que passei neste país. A velha burocracia para conseguir visto, e posteriormente aterrissar na terra ianque e passar pela imigração, continua. Só que dessa vez pude perceber ainda maior preocupação com a segurança, tudo decorrente daquele fatídico 11 de setembro de 2001. Algo que chama atenção é que hoje, cidadão americano ou estrangeiro, tem que tirar os sapatos e passá-los junto com as bolsa e outras pertences pelo aparelho de raio-x. Um chulé infernal : )

Morei nos EUA em Salt Lake City, capital de Utah. São Francisco, uma das principais cidades da Califórnia, é muito diferente. Porém há sempre uma cultura comum espalhada pelo país: a do fast food (sanduíches ou pizzas), a do pragmatismo, o da elevada e explícita importância que se dá ao dinheiro e a educação financeira, a obesidade do povo. Também, ainda que tenha havido séria crise econômica recentemente, a riqueza, comparada ao Brasil, ainda é bem evidente, dado o estilo de vida dos estadunidenses. Comer fora (e muito), ter um carrão, poder viajar e possuir um smartphone, não é privilégio de poucos. Engraçado que pela minha percepção, enquanto no Brasil se vê pobres nas ruas, nos EUA se vê desajustados, pessoas que não se enquadram na sociedade seja por terem se tornado drogados, seja por não quererem trabalhar, ou mesmo por terem problemas mentais.

A cidade de São Francisco é bastante charmosa. As ruas do centro, com as lojas comerciais, os restaurantes, os cafés e os suntuosos hotéis, pedem para ser caminhadas. O Cable Car, espécie de bondinho sobre trilhos nas ruas, dá o toque de charme final, aliás, o transporte em São Francisco é excelente. Além do próprio Cable Car que serve bastante ao turismo, há ônibus, metrô e trens para circular pela cidade, e mesmo navios para atravessar a baía e chegar às vizinhas. Não é a toa que na lista que colocou o Rio de Janeiro com a cidade mais feliz do mundo, São Francisco apareça em sétimo lugar.

Abro um parênteses para falar que o costume, a moda, a cultura são na maioria das vezes decorrentes da necessidade. Assim, por que tomam café num copo com tampa e com um buraquinho ? Porque costumam carregar o copo pra fora da loja e, se não o carregassem com tampa, o café esfriaria logo com tanto frio. E por que um copão de café ralo e quente e não um pequeno expresso? Porque forte e pouco não esquentaria tanto o corpo. Por que se vê tantos americanos com blusas de frio e uma camisetinha por cima? Mais uma vez devido ao frio, não é possível usar apenas uma camiseta e um casaco por cima, precisa-se algo mais... e por ai vai... Fico imaginando, mesmo no Brasil, quantos costumes não nasceram da necessidade. Um dos maiores exemplos disso é nossa feijoada, comida pelos escravos, feita com restos de porco que eram desprezados pelos senhores de engenho.

Na quinta-feira quando me dirigia para uma festa da conferência no San Francisco City Hall, em frente estava acontecendo uma manifestação de estudantes que teve repercussão nacional. Era um protesto em defesa da educação, uma vez que o orçamento das escolas vem sendo sistematicamente diminuído. Milhares de estudantes, alguns com 5 anos de idade, seguravam plaquinhas gritavam "Save the School". Ah se no Brasil fizéssemos isso... Educação e saúde nos EUA são problemas graves assim como no Brasil, a diferença é a consciência e atitude do povo.

São Francisco tem fama de ser liberal com os homossexuais, aliás a Califórnia inteira. Não sei bem o motivo da fama, mas realmente se vê um pouco mais de ousadia nas ruas, como casais do mesmo sexo de mãos dadas, casais do mesmo sexo com uma aparente filha adotiva, mas bem menos frequente do que o imaginário pode apresentar. Talvez se já não conhecesse a fama talvez nem teria reparado. O fato é que São Francisco é muito mais que isso e me surpreendeu bastante positivamente. Sem conhecer Nova York me arriscaria a dizer, pelo que ouço comentar, que só perderia em termos de apelo turístico para esta.

Seguem alguns comentários genéricos e alguns pontuais sobre os pontos turísticos:

-A grande discussão do momento nos EUA é sobre a criação de uma assistência pública de saúde, que ainda não existe. Seria algo equivalente ao SUS
-Uma cidade aparentemente tão rica e justo com o nome de São Francisco, santo que era tão frugral, vivia na absoluta pobreza... Ironia do destino
-Carros são bem mais baratos que no Brasil, quase a metade mais baratos
-Há muitos descendentes de asiáticos, muito coreano... Se vê também bastante negros, e algumas pessoas bem diferentes: completamente negros, mas de cabelo liso. Indianos? Indonésios ? Não sei. Vê-se alguns mexicanos. Mas, logicamente, a maioria da população é branca mesmo
-Nos jornais há muitos anúncios de armas, tacos de baseball, refletindo o que é a cultura deles...
-Tem muito mendigo e louco pelas ruas, em Copacabana tem mais pessoas pobres, mas em São Francisco as pessoas parecem uns loucos/desajustados mesmo...
-Americanos são super especializados, se você pergunta algo um pouquinho diferente da tarefa rotineira dele, ele diz "I am sorry" e te encaminha pra outro canto
-Eles se preocupam muito com marketing, tudo é o melhor, o mais antigo, o primeiro, foi inventado aqui, dito por especialistas que ...
-Nada é pequeno nos EUA, o copo de refrigerante “small” é enorme...

Abaixo um pouco mais sobre os pontos mais famosos:

Golden Gate: Muito além da fama, realmente provoca uma sensação diferente ao se circular por ela. Na minha opinião um dos pontos mais interessantes de São Francisco. Dezenas de vezes mais bonita que uma ponte Rio-Niterói da vida, mas nossa ponte de Brasília, projetada por Niemeyer entra no páreo.

Fishersman`s Wharf e Pier 39: região com restaurantes ideais para saborear um prato de comida a base de frutos do mar. Local bastante turístico.

Casas Vitorianas: A arquitetura das casas em vários bairros de São Francisco chama atenção. Um local específico e um dos cartões postais da cidade: as 7 irmãs (casas vitorianas bem parecidas e bastante preservadas).

Union Square e Chinatown: Ambas boas para compras, mas com características opostas. A primeira cheia de grifes, a segunda cheia de barganhas.

Lombard Street: Rua situada em uma montanha, com várias curvas, apesar de ser curta. Os carros tem que descer muito lentamente devido ao ângulo fechado das mesmas.

Golden Gate Park: belo parque, com muito verde, nos arredores da cidade. Após uma volta por ele renova-se o ânimo para fazer qualquer coisa. Há uma discussão muito grande atualmente sobre cobrar a entrada de turistas em algumas partes como o Jardim Botânico.

Sausalito: bairro romântico que fica depois da ponte Golden Gate.

Alcatraz: não pude ir, mas e uma ilha onde funcionava uma prisão. Visita popular para quem passa por São Francisco.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

[05] Curso do Lado de Lá - Tóquio e Nova Déli

A últimas aulas do curso Do Lado de Lá foram sobre as capitias do Japão e da Índia. Hoje faço uma experiência diferente, não vou recorrer às minhas anotações, mas apenas tentar lembrar de algumas caracterísitcas que foram ditas e que ficaram retidas em minha memória.

Tóquio

-É impressionante a organização dos japoneses. Mesmo em ruas com múltiplos cruzamentos de carros e pedestres, tudo funciona perfeitamente bem

-Espaço é algo raro no Japão e principalmente em Tóquio. Há apartamentos minúsculos na cidade e alguns ambientes tem múltipla funcionalidade podendo se converter em diferentes cômodos

-Tudo em Tóquio é grandioso. Eles gostam de copiar e/ou fazer tudo da maneira mais bem feita possível
-Tóquio é uma cidade das mais caras do mundo ao lado de outras como Oslo e Londres

-A mulher é quase um ser inferior na cidade, sempre relegada a segundo plano

-O metrô é excelente: 283 estações, 292 quilômetros de linhas, cinco vezes a extensão do metrô de São Paulo

-A gastronomia é bem diferente daquele estereótipo que o brasileiro tem da comida japonesa, ou seja, vai muito além do sushi e do sashimi

Nova Déli

-Até a corrida de táxi tem que ser negociada, o que às vezes é chateante

-É uma cidade visualmente bonita, as mulheres andam todas paramentadas com roupas de boa qualidade e com muitas jóias.

-As danças indianas são muito belas e bem diferentes das ocidentais. Os movimentos contam uma história

-O sistema de castas (classes) salta aos olhos de um ocidental que vive em um país democrático e é chocante. Característica da religião hindu, há a casta dos sacerdotes e letrados (nasceram da cabeça do deus Brahma), a dos guerreiros (nasceram dos braços de Brahma), a dos comerciantes (nasceram das pernas de Brahma), a dos servos: camponeses, artesãos e operários (nasceram dos pés de Brahma). Finalmente à margem dessa estrutura social havia os dalits - coveiros (vieram da poeira debaixo do pé de Brahma), mais conhecidos como párias, sem casta, considerados intocáveis por todas as castas.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

[04] Curso do Lado de Lá - Istambul

Nova apresentação do Zeca Camargo no curso "Do Lado de lá" na Casa do Saber Rio sede Lagoa.

O tema deste encontro foi Istambul, capital da Turquia. Antes de entrar no tema mais uma vez foram apresentados alguns cortes possíveis para viagens:

5 lugares com hotéis cujos quartos possuem belas vistas

Maya Hotel em Kuala Lumbur na Malásia, Shiv Niwas Palace em Udaipur na Índia, Choupana Hills em Funchal na Ilha da Madeira, Amankora em Istambul na Turquia.

5 paraísos para compra

Harajuku em Tóquio, Hong Kong, Nova York, Roque Santeiro em Luanda, Sultanchamet em Istambul.

5 lugares para quem gosta de água

Queenstown na Nova Zelândia, Veneza na Itália, Hanói no Vietnã, Amsterdã, Istambul.

5 destinos gastronômicos

Copenhague na Dinamarca, Madri na Espanha, Lisboa em Portugal, Istambul na Turquia, Tóquio no Japão.

5 lugares para quem curte arte

Londres, Nova York, Berlim, Istambul, Tóquio.

Portanto, quando perguntado qual a cidade do mundo que Zeca Camargo mais gosta, qual é a resposta ? Istambul. Perceba que a cidade aparece em todas as listas acima !

Outras informações sobre Istambul:

-Ele considera que a Turquia tem várias caracterísitcas que a colocam como o país mais parecido com o Brasil
-Mas evidentemente é bem diferente, uma vez que a religião é o Islamismo, a cultura é milenar...
-A lígua turca é bem difícil
-Chegam a ser irritantes as constantes negociações a que os cidadãos são submetidos. Não há custo fixo para nada. Tudo é negociado, herança dos mercadores de antigamente.
-A Turquia respeita suas tradições mas "olha" para o futuro, uma mistura do tradicional com o moderno. As mudanças de nome são prova disso: Bizantino, Constantinopla e, então, Istambul
-Há um certa cacofonia durante vários momentos do dia quando ocorrem o início da chamada para as orações: quando o sol nasce, por volta das 11:00 hs, depois do almoço, quando o sol se põe.
-Há muitas festas raves em Istambul
-É uma cidade que mexe com todos os sentidos

Próxima aula: Tóquio.

sábado, 5 de dezembro de 2009

[03] Mapa







quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

[02] Passagem comprada

Acabo de efetuar a compra da passagem Rio-Bangkok-Rio por meio do site http://www.decolar.com.br/ Agora não tem mais volta:

IDA

Sai do Rio de Janeiro 20 mar 2010 20:05
Chega a São Paulo 20 mar 2010 21:25
Tempo de vôo: 1 hora, 20 minutos
Tam Vôo: 8084 Classe: Econômica

Sai de São Paulo 20 mar 2010 22:55
Chega a Londres 21 mar 2010 13:25
Tempo de vôo: 12 horas, 30 minutos
Tam Vôo: 8084 Classe: Econômica

Parada - Londres: espera de 8hs 10min.

Sai de Londres 21 mar 2010 21:35
Chega a Bangkok 22 mar 2010 15:55
Tempo de vôo: 11 horas, 20 minutos
Thai Airways Vôo: TG 0917 Classe: Econômica

VOLTA

Sai de Bangkok 20 abr 2010 12:25
Chega a Londres 20 abr 2010 18:30
Tempo de vôo: 13 horas, 5 minutos
Thai Airways Vôo: TG 0916 Classe: Econômica

Parada - Londres: 3 dias

Sai de Londres 23 abr 2010 22:05
Chega a São Paulo 24 abr 2010 5:35
Tempo de vôo: 9 horas, 30 minutos
Tam Vôo: 8085 Classe: Econômica

Sai de São Paulo 24 abr 2010 9:30
Chega ao Rio de Janeiro 24 abr 2010 10:30
Tempo de vôo: 1 hora
Tam Vôo: 8085 Classe: Econômica

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

[01] Fantástico

Curso Do Lado de Lá – 1- Bangkok

A primeira aula do Zeca Camargo no curso “Do lado de lá” na casa do Saber Rio, sede Lagoa, foi excelente. Falou menos de Bangkok, suposto tema da primeira aula, do que sobre viagem em geral, mas valeu muito! Principalmente porque ele citou que a parte da Ásia que ele mais gosta é exatamente o sudeste asiático! Abaixo seguem algumas considerações.

Primeiro é importante dizer que ele é um nômade nato devido ao seu pai, que mais que proporcionar uma boa educação aos filhos, provocava neles um prazer pela viagem desde cedo. A família Camargo, encabeçada por um médico, tinha a própria América Latina como ponto de partida para o mundo. As primeiras viagens foram para Paraguai, Uruguai, Argentina, Chile, México... Faço um parênteses aqui para dizer algo que já disse para alguns amigos, porquê nós brasileiros valorizamos tanto viajar para os EUA e Europa e só então, depois, viajamos por países fascinantes (e de mais fácil acesso e baratos) como Argentina, Peru e Chile ? E eu faço parte dessa regra. Realmente estamos de costas para a América. Sem dúvida o idioma diferente pode ser usado como desculpa, porém são duas línguas tão semelhantes...

Mas voltamos ao Zeca Camargo. A introdução da palestra dele foi dizendo o porquê dele ter escolhido determinadas cidades para discorrer: simplesmente porque esteve 6 vezes em Bangkok (Tailândia), 5 vezes em Istambul (Turquia) , 4 vezes em Tokyo (Japão) e 6 vezes em Nova Déli (índia).

Achei curioso quando ele disse que quem dá o corte de cada a viagem somos nós; assim, podemos traçar um roteiro gastronômico, ou etílico, ou cultural, ou religioso... ou seja, por exemplo:

5 lugares para ir todo ano:
Nova York em Janeiro, Lisboa em Abril, Buenos Aires em Junho, Paris em Agosto, Londres em Dezembro.

5 lugares para meditar:
Punakha no Butão, Luang Phabang no Laos (a cidade inteira é um Patrimônio da Humanidade), Knadi no Sri Lanka, o Atacama no Chile (o mais próximo que pode-se ter da lua), Angkor no Camboja (um dos lugares mais espetaculares em que ele já esteve).

5 lugares para se aventurar
Vale do Okhon na Mongólia, Timbuktu no Mali (maior aventura da vida dele), Rajastão na Índia, Tasmânia na Austrália (exuberante), Patagônia na Argentina (um “must go”).

5 lugares para se isolar
Naoshima no Japão, Porto em Portugal, Rose Harbour no Canadá, Funqutu em Tuvalu (um dos lugares mais doidos em que já esteve), Nuki aloja em Tonga

Depois ele falou um pouco sobre o que é exótico. Disse que não gosta de usar essa palavra, carregada de juízo de valor. Para um Italiano nossa pizza de frango com catupiry pode ser exótica. Para os filipinos comer ovo de pato fecundado, com o feto do patinho no meio, não é...

Bangkok:

-Chegar lá é caro e exaustivo, mas depois vem a recompensa
-Cidade onde se encontra arquitetura moderna e tradicional no mesmo quarteirão
-Não há limite entre o sofisticado e o popular
-Um dos piores trânsitos do mundo, caótico (talvez perca para o Cairo no Egito)
-Entender a língua é um problema, porém há infra-estrutura para o viajante
-Cultura forte, contudo porosa, absorve o que vem de fora
-Lojas de massagem em cada esquina
-Culinária utiliza muita pimenta, como não se entende a língua o ideal é apontar para os pratos das fotos no cardápio afixado na parede
-Assistir a uma luta de boxe na Tailândia é como ver uma tourada em Madri, uma partida de futebol no Maracanã

Outras observações:

-Ele gosta de sempre viajar sozinho para interagir melhor com a cultura local
-Talvez por morar em São Paulo disse que é urbano, gosta de cidades grandes
-Disse que fazemos cultura nos contaminando o tempo todo
-Indicação de leitura sobre as idéias do antropólogo Anthony Kwame Appiah sobre nosso cosmopolitanismo nato
-Indicação do texto “Terra sem gente”. E se a raça humana subitamente desaparecesse da Terra? Pelas projeções desenvolvidas por cientistas, o mundo continuaria repleto de vida, com uma vantagem adicional - seu mais problemático ocupante já não estaria por aqui brincando de Deus incompetente.